Diocese do Funchal - Ano Pastoral 2020 / 2021 - "A Eucaristia constrói-nos no caminho da Fé: Cristo Salva-te. Maria pôs-se a caminho ..."

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Teólogo argentino:'ecumenismo, diálogo inter-religioso e respeito às diferentes identidades, serão aspectos centrais no Pontificado de Francisco'


Cidade do Vaticano (RV) – O Bispo argentino Dom Sanchez Sorondo, Chanceler da Pontifícia Academia da Ciência argentina, acadêmico, filósofo e teólogo, fez uma análise dos primeiros meses do pontificado do Papa Francisco, “um homem excepcional e extraordinário, de uma fé profunda e capaz de dialogar com todos”.
Falando ao Vatican Insider, Dom Sorondo afirmou que Francisco traz uma nova esperança “e a sua presença dará um novo impulso à Igreja, uma experiência de renovação como aconteceu durante o Concílio Vaticano II”. A escolha do nome Francisco foi evidenciada pelo teólogo argentino, pois simboliza “sobriedade, pobreza e transparência”, características franciscanas que “Bergoglio alia à organização mental e cultural típica dos jesuítas, baseada na inteligência, na preparação cultural e no discernimento espiritual”.
Dom Sorondo diz que Bergoglio é um homem claramente evangélico, “e o Evangelho é sempre revolucionário”. “Quando Papa Francisco fala de pobreza – observa ele – exprime um conceito que não é uma visão ideológica. Não tem nada a ver com o comunismo, mas ao contrário, propõe uma visão na qual liberdade e justiça, à luz do Evangelho, convivem de forma harmônica. A ideia de justiça social cristã – continua – que afirma como as riquezas, dons de Deus, estão à disposição de todos os homens, nos leva a repensar o nosso modo de compreender a vida, a sermos menos egoísta e individualistas”.
“Os bens da terra – afirma o prelado argentino - devem ser colocados à disposição de todos os homens, não somente de um grupo, uma nação ou de uma maioria. A visão bergogliana está ligada à missionaridade inaciana que é encontrada na experiência jesuíta da América do Sul: grandes homens, que eram não somente pregadores, mas também procuravam concretizar a Palavra nas estruturas sociais”.
Dom Sorondo observou que a perspectiva dos papas europeus sempre esteve ligada à própria dimensão territorial próxima, e como o cristianismo desenvolveu-se ao longo dos séculos no continente europeu, criou-se esta relação imprescindível entre catolicismo e mundo ocidental. “Isto levou muitos pontífices a pensar que a partir da conversão do Velho Continente a nova evangelização deveria se estender a todo o planeta”, “mas para quem vem do fim do mundo, como Papa Bergoglio, mesmo não negando esta dimensão, possui uma perspectiva pluripolar do cristianismo. A preocupação do Papa Francisco – afirma ele - não é somente a reconversão da Europa, mas a necessidade de levar o Evangelho de Jesus às áreas do mundo onde os cristãos são minoria e onde os pressupostos culturais são muito diferentes do primeiro mundo”.
O prelado argentino recordou então a importância da Ásia que está tornando-se o centro da economia mundial e onde existem milhares de pessoas que se identificam com outras religiões. “Por isto, um caminho ecumênico e inter-religioso profundo, concreto e de respeito pelas diferentes identidades será um dos aspectos centrais na ação espiritual do Papa Francisco”.
Ao concluir, Dom Sorondo afirmou que na Jornada Mundial da Juventude no Brasil, Papa Bergoglio “dirá coisas importantes, pois tem a capacidade de nos surpreender todos os dias. É inútil fazer qualquer previsão. Devemos confiar nele com esperança. Expressará pensamentos quer seguramente não estão nos nosso discursos habituais”. (JE)

Rezar cantando

Alguma música

O tempo em Santana