Segunda-feira,
17 de Dezembro
Professar e
celebrar a Fé em Igreja
Palavra de Deus
1ª Leit: Gn
49, 2.8-10 - "O ceptro não há-de fugir a Judá".
Sal: 71(72) -
“Nos dias do Senhor nascerá a justiça e a paz para sempre.”
Evan: Mt 1,
1-17 - "Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David".
Meditando a Palavra
Mas que nomes
tão complicados e confusos são estes? Tão difíceis de pronunciar. Mas estes
conjuntos de nomes são muito importantes para entender que Cristo nasce num
povo, numa história, num contexto. Estas listas estão compostas por santos e
por pecadores, por homens e por mulheres, por conhecidos e por desconhecidos,
por judeus e por estrangeiros. Desta sequência nasce Jesus. Quer dizer que Ele
não vem só para os santos mas também para os pecadores; não só para o povo
eleito mas para toda a humanidade. Ele vem inserir-se nesta história de luta e
de drama e torná-la história de salvação. Faz-se carne, habita no meio de nós,
para nós dar a vida divina, a sua vida.
Uma leitura
pastoral:
A fé da Igreja
precede, gera, apoia e nutre a nossa fé. Da leitura do Evangelho de hoje
sobressai a ideia de que a fé nunca pode ser apenas a minha fé. Certamente a fé
é um ato da vontade livre do homem ao
dom de Deus que se revela; que se comunica; que se diz, mas a fé nunca pode ter
apenas um caráter meramente pessoal e individual. A minha fé é suportada e
animada pela fé dos meus irmãos, em soma, pela fé da Igreja. Percebe-se muito
bem que cada um de nós não cria algo de novo mas insere-se numa história, na
história do Povo de Deus que guarda o depósito da fé e o transmite fielmente de
geração em geração.
Eu creio e este
meu crer não é o resultado de uma minha reflexão solitária, nem o produto de um
meu pensamento, mas é fruto de uma relação, de um diálogo, no qual há um ouvir,
um receber e um responder; é o comunicar com Jesus que me faz sair do meu «eu»
fechado em mim mesmo, para me abrir ao amor de Deus Pai. Não posso construir a
minha fé pessoal num diálogo privado com Jesus, porque a fé é-me doada por Deus
através duma comunidade crente que é a Igreja e, desta maneira, insere-me na
multidão dos crentes, numa comunhão que não é só sociológica, mas radicada no
amor eterno de Deus, que em Si mesmo é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, é Amor trinitário. A nossa fé só é deveras pessoal, se for também comunitária:
só pode ser a minha fé, se viver e se mover no «nós» da Igreja, se for a nossa
fé, a fé comum da única Igreja.
A tendência hoje
difundida a colocar a fé na esfera do privado contradiz a sua própria natureza.
Precisamos de uma Igreja para confirmar a nossa fé e fazer experiência dos dons
de Deus: a sua Palavra, os Sacramentos, o apoio da graça e o testemunho do
amor. A fé chama-nos a ser Povo de Deus, a ser Igreja, portadores do amor e da
comunhão de Deus por todo o género humano.