A luz que me leva pela mão
São Simeão o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego, santo das Igrejas OrtodoxasHino 18; SC 174
Nós
conhecemos o amor que Tu nos deste, um amor sem limite, inexprimível, que nada
pode conter; ele é luz, luz inacessível, luz que age em tudo. [...] Na verdade,
o que não faz essa luz e o que não é? Ela é encanto e alegria, doçura e paz,
misericórdia sem fim, abismo de compaixão. Quando a possuo, não dou por ela; só
a vejo quando ela parte; precipito-me para a agarrar e ela desaparece. Não sei
que fazer e esgoto as minhas forças. Aprendo a pedir e a procurar com lágrimas e
com grande humildade, e a não considerar possível o que ultrapassa a natureza,
nem como resultado do meu poder ou do esforço humano o que vem da compaixão de
Deus e da Sua infinita misericórdia. [...]
Essa luz leva-nos
pela mão, fortifica-nos, ensina-nos, mostra-se e depois foge quando temos
necessidade dela. Não é quando nós a queremos — isso pertence aos perfeitos —,
mas é quando estamos em trabalhos e completamente exaustos que ela vem em nosso
socorro. Ela aparece de longe e consigo senti-la no meu coração. Grito até ficar
estrangulado de tanto querer agarrá-la, mas tudo é noite e as minhas pobres mãos
estão vazias. Esqueço tudo, sento-me e choro, desesperando de a tornar a ver
assim mais uma vez. Quando já chorei muito e consinto em parar, então, vindo
misteriosamente, ela toma a minha cabeça e eu desfaço-me em lágrimas sem saber
quem está aqui a iluminar o meu espírito com uma luz tão
doce. (Fonte: Evangelho
Quotidiano)